Tenho uma sugestão para a origem do termo "bica": antes da generalização das máquinas italianas que nos trouxeram o expresso, o café servido nos cafés era cozinhado em grandes cafeteiras, onde se punha a água a ferver e depois se acrescentava o café moído; depois disso, era passado por um filtro de pano (de linho, creio), de forma cónica, e depositado nuns recipientes que mantinham a temperatura alta (sem ferver, no entanto); esses recipientes, cilíndricos, dispunham de uma tampa superior, por onde se introduzi o líquido, e uma torneira (bica) por onde saía o café. O empregado do café abria essa bica (torneira), enchia a chávena e servia o café ao cliente, junto com o açucareiro de onde o cliente retirava a quantidade desejada de açúcar - os pacotes de açúcar só apareceram (cá no burgo, pelo menos) a partir dos anos 60 do século XX, altura em que também se deu a proliferação das máquinas expresso (com a Cimbalino a liderar esmagadoramente).
N'A Brasileira, de Braga, ainda há pouco subsistia o café de saco (ignoro se ainda há), a par do expresso.
Belíssima estória!
Tenho uma sugestão para a origem do termo "bica": antes da generalização das máquinas italianas que nos trouxeram o expresso, o café servido nos cafés era cozinhado em grandes cafeteiras, onde se punha a água a ferver e depois se acrescentava o café moído; depois disso, era passado por um filtro de pano (de linho, creio), de forma cónica, e depositado nuns recipientes que mantinham a temperatura alta (sem ferver, no entanto); esses recipientes, cilíndricos, dispunham de uma tampa superior, por onde se introduzi o líquido, e uma torneira (bica) por onde saía o café. O empregado do café abria essa bica (torneira), enchia a chávena e servia o café ao cliente, junto com o açucareiro de onde o cliente retirava a quantidade desejada de açúcar - os pacotes de açúcar só apareceram (cá no burgo, pelo menos) a partir dos anos 60 do século XX, altura em que também se deu a proliferação das máquinas expresso (com a Cimbalino a liderar esmagadoramente).
N'A Brasileira, de Braga, ainda há pouco subsistia o café de saco (ignoro se ainda há), a par do expresso.